Vou pôr óbvios
Vou por óbvios
De vento em polpa
De calças frouxas
Ao som do piano
Sem medo do engano
Checo um, dois, dez
Em belos tons pastéis
Nada de camuflagem
Só ensaio da viagem
Partição de mentalidade
Calibragem da sensibilidade
Depois pulo nos complexos
Nos que nunca ficam completos
Naqueles danados reluzentes
Naqueles desafados eloquentes
Perco o passo, não o apreço
Esqueço o preço, pago o pato
Bato a testa, o argumento, o fato
Caio e percebo o erro que mereço
Vou nos medianos, subestimados
Adiciono pimenta aos coitados
Fico vermelho e derrubo o prato
Encaro o recomeço. Que desgraçado!
Me organizo, prometo compostura
Eu dois palitos, mesma loucura
Param o trem, me fazem descer
Aceno, leviano, não canso de acontecer
Sou eu, um deles, sem categoria
Ora quieto demais, ora rei da folia
Ora sem inspiração, ora só inspiração
Ora beijo o olhar, ora corto a dedução
Não tenho roteiro, perfeito padrão
Sou concretude hoje, amanhã, ilusão
Quem sabe, sou moço, moça, alusão
Não me contento com pouca atribuição
Se for corajoso o suficiente
Me coloque na sua lista
O ano é novo e eu sou ardente
Nunca o mesmo centro da pista